quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

10º Aniversário da AZU


Foi celebrado no dia 8 de Dezembro, em vários locais do concelho de Nelas, o 10º aniversário da AZU - Associação Ambiente em Zonas Uraniferas, com a presença da Associação Nacional de Conservação da Natureza - Quercus, representada pelo presidente Nuno Sequeira e pelo MUNN - Movimento Urânio em Nisa Não.

O programa agendado iniciou-se com o acompanhamento dos técnicos da EDM - Empresa Desenvolvimento Mineiro, na visita às obras de recuperação ambiental da Zona Industrial da Urgeiriça, que se encontra em fase de conclusão. Questionou-se a razão de se manterem armazenadas neste local 150 ton de urânio e sem destino previsto, considerando que após conclusão dos trabalhos passará a ser uma zona verde e de lazer para a população.Foram entregues por parte da EDM documentos comprovativos dos valores radiométricos de radão, anteriormente solicitados pela AZU, verificando-se o seu cumprimento legal, contrariamente ao que acontecia antes das obras de recuperação.
Seguiu-se a visita às obras iniciadas na Barragem Nova, com conclusão prevista para 2013. De acordo com a explicação dada pelos técnicos, os materiais a utilizar na confinação deste local, serão os mesmos já usados na recuperação da Barragem Velha.

Foram ainda solicitados esclarecimentos à EDM sobre os atrasos no decorrer das obras, bem como as datas previstas para a descontaminação da Casa das Amostras e da Ribeira da Pantanha, afluente do Mondego, que será intervencionada no âmbito da recuperação da Barragem Nova.

Na acção ambiental pública junto à Barragem de Valinhos, estiveram presentes, para além dos elementos da AZU, da Quercus e do MUNN, populares e moradores aos quais foram esclarecidos os motivos e origem da contaminação do curso de água aí existente, bem como a intervenção activa que a AZU tem feito e continuará a fazer junto dos responsáveis e autarquia, além dos demais intervenientes na acção inspectiva ambiental.

A agenda reiniciou à tarde com o colóquio sobre as actividades da AZU ao longo dos últimos 10 anos, com ênfase dada à queixa feita em 2004 junto do Comissário Europeu do Ambiente e que contribuiu para a intervenção ambiental que decorre nas Minas da Urgeiriça. Foi também dado realce aos vários colóquios realizados, Conferencia Ibérica sobre a Água, Conferencia em Defesa da Água em 2006, tendo sido relembrada a participação nas acções em Nisa na luta contra uma possível exploração de urânio neste local.

Foi realçado pelos presentes o trabalho de mérito na recuperação ambiental das minas de urânio e referida a importância premente da intervenção cívica em todos os campos da actividade humana e neste caso na luta por uma maior consciência por parte dos poderes políticos.

É importante referir a credibilidade alcançada pela AZU na discussão de problemas ambientais a nivel nacional, sendo actualmente considerada uma das associações mais qualificadas no que diz respeito às questões uraniferas.

Na conclusão dos trabalhos, ficou em aberto a realização de um Colóquio em 2013 "Em Defesa da Água como um Bem Público", com a participação das associações ambientais das regiões entre o Douro e Tejo.




segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Privatização da Água


Comunicado da Direção da AZU
Em Assembleia Geral efetuada a 1 de julho de 2012, a AZU (Associação Ambiente em Zonas Urníferas), deliberou tornar pública a sua posição relativamente aos processos de privatização da Água. A AZU tem a esse nível um património e um historial de defesa da Água Pública de qualidade. Já em março de 2006, na Conferência da Água, organizada pela Plataforma para o Desenvolvimento e Ambiente, em Santa Comba Dão, essa posição foi defendida frontalmente através da intervenção de António Minhoto, Presidente da AZU, assumindo-se assim inequivocamente contra a privatização de um bem público essencial e não privatizável, defendendo que a mesma deve continuar a ter gestão controlada pelos poderes públicos, nomeadamente no que se refere à sua captação, tratamento e distribuição, para com isso ser instrumento de inclusão social e não de exclusão.
Hoje passados 6 anos este debate está novamente na ordem do dia, tanto mais que o governo PSD/CDS-PP na ânsia de privatizar, prossegue com o esvaziamento da administração pública da água em favor do sector privado, preparando a subida brutal do preço para tornar o negócio mais atrativo e pressiona os municípios para que estes abdiquem da gestão da água tendo em vista a concentração dos serviços municipais na empresa Águas de Portugal com vista à sua privatização/concessão em favor dos grandes grupos económicos.
A AZU está consciente do papel que as Associações podem desempenhar no sentido de travar este caminho, estando disponível para todo o necessário e urgente trabalho que possa impedir estes processos, que apenas trarão prejuízos para as populações. Não podemos esquecer que têm sido as associações ambientalistas, entre estas a AZU e as populações, que se têm debatido contra os focos de poluição de que são alvo os rios e ribeiras e não as possíveis empresas privadas que em busca do lucro fácil, mais não pretendem que destruir o que é de todos e tem sido defendido por estes. Exemplo também desse envolvimento, tem sido a participação da AZU na luta pela defesa de uma gestão sustentável do Rio Tejo, conjuntamente com as populações e em interligação com outras associações, em iniciativas que têm juntado portugueses e espanhóis. Para além de inúmeras ações que temos efetuado ao longo de 10 anos de atividade em redor da problemática da Água.

Ficou claro, nesta Assembleia Geral que esta é uma questão de participação pública num problema que é de todos, motivo pelo qual a AZU se continuará a empenhar na luta contra todos os atentados ambientais e tentativas de privatização de um bem que é de todos - a Água!

A Direção da AZU    1 de Julho de 2012 


sábado, 24 de novembro de 2012

AZU 10 anos de existência ao serviço do ambiente

10 ANOS DA AZU - 8 de Dezembro de 2012

9:30h 
Visita à recuperação ambiental da Zona da Urgeiriça e Barragem Nova.

11:00h
Sessão Pública em defesa do Ambiente junto à Barragem de Valinhos e Ribeira da Pantanha.

14.30h
Colóquio, Casa do Pessoal da Urgeiriça.
“Relato dos 10 anos da Atividade da AZU em defesa do ambiente”.

16:00h
Debate entre as organizações ambientais convidadas, nacionais e internacionais.
 “A Defesa da Água como um Bem Público”.

18:00h
Encerramento

domingo, 28 de outubro de 2012

Comunicado da Direção da AZU


No dia 6 de Dezembro de 2012 a AZU faz 10 anos de existência ao serviço do Ambiente. Durante estes anos batemo-nos pela recuperação ambiental das minas de Urânio abandonadas, nos distritos de Viseu e Guarda. Os resultados desse empenho estão visíveis nos trabalhos de recuperação da Zona da Urgeiriça, encontrando-se em curso o acondicionamento da Barragem Nova que concluirá o processo de recuperação do passivo ambiental da Urgeiriça.Com idêntico propósito prosseguem os trabalhos nas minas da Cunha Baixa (Mangualde) e da Bica (Sabugal), estando para breve a sua conclusão. Há outros locais ainda sem intervenção, sendo o mais problemático a Quinta do Bispo (Mangualde), pelo impacto negativo deixado pela exploração, sobretudo pelo perigo que continua a representar para o meio ambiente, para a fauna e a flora, para o espaço de aptidão agrícola circundante, e, ainda, um risco de contaminação da ribeira do Castelo, um afluente do rio Mondego.
Pode-se concluir que nestes 10 anos, pela dedicação e persistência da AZU, muito se fez na defesa do ambiente. Uma ação nem sempre fácil de levar a cabo, ora por incompreensões de alguns setores ora por falta de apoio das autarquias onde os problemas existem ou se declararam. Muitas vezes remando contra a maré, como é o caso da poluição da ribeira da Pantanha, contaminada por efluentes residuais industriais da empresa Borgstena, inutilizando o trabalho de despoluição e recuperação feito no âmbito do projeto de recuperação ambiental da Urgeiriça, onde se gastaram cerca de 10 milhões de euros. 
Esta situação além de pôr em causa o investimento feito na Zona de Valinhos, transformando-o de zona de lazer prevista numa zona de cheiros nauseabundos sentidos por quem circula na estrada nacional adjacente, está a criar problemas ao Hotel Urgeiriça e ao polo Termal das Caldas da Felgueira. A AZU, ao longo dos últimos 5 anos, tem vindo a tratar este assunto junto do Ministério do Ambiente, que levantou processos de contraordenação e aplicou coimas à Borgstena. Nas diversas reuniões que AZU tem tido com os responsáveis da Borgstena, estes, ao mesmo tempo que sempre assumiram as responsabilidades da empresa, sempre se mostraram disponíveis e interessados em alterar toda esta situação. Para isso, entre outras medidas, substituíram a empresa responsável pelo tratamento de resíduos, investiram em novos filtros, realizaram obras na ETAR, adquiriram novas bombas para circulação das águas residuais. Desse empenhamento é a AZU testemunha, bem como os vários ofícios enviados ao Ministério do Ambiente propondo-se a alterar a situação. 
Em face do avultado custo de uma ETAR, a Borgstena e a Câmara Municipal de Nelas acordaram partilhar responsabilidades na realização desse projeto, ficando a empresa de fazer uma parte das obras necessárias na sua ETAR e a Autarquia a construção da ETAR para tratamento final dos efluentes residuais. Porém, a parte da Câmara Municipal de Nelas não avançou, o que levou a AZU a reunir com a Senhora Presidente, no mês de Junho passado, a fim de a sensibilizar para a rápida construção da ETAR. Por sua vez, a autarquia atribuiu os atrasos ao erro técnico que propôs bombear os resíduos da Borgstena para a ETAR de Nelas (Longra), ideia abandonada em favor da construção de uma ETAR nos terrenos da Barragem Nova, com data de conclusão prevista para finais de Setembro de 2012. 
Passado este tempo constatámos que não só a ETAR não foi construída como os trabalhos desde Junho que não têm qualquer desenvolvimento. O que obriga a AZU a diligenciar novamente junto do Ministério do Ambiente pelos danos ambientais que persistem em continuar, responsabilizando a Câmara Municipal de Nelas por todas as consequências económicas e sociais que da sua irresponsabilidade, desleixo e desinteresse possam resultar para a Borgstena, seus trabalhadores e para o Concelho.
O ambiente não se compadece com o protelar indefinido de soluções que salvaguardem simultaneamente os interesses do ambiente e da empresa, ainda por cima por causa do desrespeito sistemático da Câmara Municipal de Nelas pelos compromissos que assume. Aliás, a sua incúria nesta matéria está bem patente no estado de abandono e inoperância das ETARS do concelho, estando, por consequência disso, os esgotos de todo o concelho sem tratamento final, praticamente a correr a céu aberto. Foi por isso que a AZU, em 2009, acusou a Câmara Municipal de Nelas de ter responsabilidades sérias em matéria de poluição ambiental, hoje pela sua evidência um facto inquestionável, como prova o facto de todas as ETARS não funcionarem e as dificuldades da Borgstena advirem da Câmara não respeitar os compromissos que firmou.
Nesta luta, estamos igualmente atentos às alterações que a construção de aviários junto a Zona de Valinhos estão a produzir, com os cheiros que em determinados dias se fazem sentir a longa distancia. Aliás, estranhamos a autorização da sua localização, próximos de uma prestigiada unidade hoteleira e da vila de Canas de Senhorim. Iremos por isso requerer aos organismos oficiais competentes análise desta situação. Nada nos move contra aviários, mas sim contra a alteração da qualidade de vida que esta situação está a provocar junto das populações.
A AZU continuará a lutar pela defesa do ambiente e apela a todos os que queiram militar nesta luta que se juntem a ela. A AZU sempre esteve e continuará a estar aberta, para que, todos juntos contribuamos para um melhor ambiente e para uma melhor qualidade de Vida.
 
Viseu, 21 de Outubro de 2012
A Direção da AZU