No âmbito do acompanhamento que a AZU tem efetuado
ao trabalho de descontaminação ambiental das minas de urânio desativadas, da
responsabilidade da EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro, elementos da Direção da AZU
estiveram em visita e reunião com a EDM no passado dia 9 de Outubro.
A
visita iniciou-se de manhã na Barragem Nova ( Urgeiriça/ Nelas) e foi acompanhada pelo presidente da EDM,
Engº Carlos Caxaria, pela responsável Engª Sofia e demais técnicos da obra.
Iniciamos com a verificação dos níveis de radioatividade medidos
pela EDM, estando estes abaixo do valor
estabelecido como limite para aquela zona. Foram também questionados os valores
actuais na zona já intervencionada na Barragem Velha, onde regularmente os
rebanhos pastoreiam para posterior utilização do leite, tendo a EDM referido
não ter havido alterações, estando os valores em conformidade com as amostras
recolhidas do leite das ovelhas.
Foi
colocada a questão da tela posta na cobertura na Barragem Nova ter estado
exposta às radiações solares e ao calor do último Verão antes da sua aplicação,
tendo disso referido a EDM que não houve tempo suficiente de exposição para a
tela perder as características de impermeabilização.
Foi
referida a questão dos moradores que anteriormente tinham recusado a
intervenção da EDM nas suas casas, que, caso tenham mudado de opinião, deverão
requerer a reabilitação junto desta entidade o quanto antes.
De
seguida prosseguiu-se para a zona de implantação dos tanques de decantação
instalados pela CMN para receber os efluentes vindos da Borgstena, tendo sido
referido pela EDM que foi dado o alerta em reunião com a CMN, em como estes
sistema não era o adequado nem iria funcionar para o propósito a que se
destinava.
Foi
também referido pela EDM, que esteve já em cima da mesa da CMN (2010), uma
possibilidade de cedência de terreno por parte da EDM para construção de uma
ETAR, onde era referenciado o local exacto e adequado para a sua construção
tendo em conta as obras actualmente feitas nesta zona, de forma a não existir
interferências. No entanto, e como não houve resposta por parte da CMN, a
proposta feita ficou sem efeito, não estando no entanto de parte chegar a um
entendimento sobre este assunto.
Relativamente
à recente descarga para a Ribeira da
Pantanha da água retida em Valinhos, e tendo em conta a posição de denúncia da AZU sobre este assunto, foi referido pela
EDM que esta descarga foi realizada de forma controlada, depois de feitas análises
à água de superfície, que se revelaram em condições adequadas para serem
descarregadas para o leito da ribeira.
Confrontados
com a posição da AZU relativamente ao aparecimento de resíduos no leito da
ribeira, a EDM recusou qualquer responsabilidade, negando qualquer relação
causa-efeito entre a descarga e o aparecimento dos resíduos (lama e espuma). No
entanto a AZU deixou vincada a sua posição responsabilizando a EDM, tendo em
conta que nessa data a Borgestena estava paralisada para férias.
Ainda
em relação à descarga dos efluentes da Borgstena, foi referido pela EDM que a
obra irá ser encerrada independentemente de haver ou não tratamento dos
efluentes por parte da Borgstena.
No
que concerne ao stock de urânio armazenado, para já continuará nesse local,
visto a única opção viável neste momento ser a sua venda, pelo que a EDM irá
esperar que os valores de mercado subam para poderem proceder à sua retirada.
Foi-nos ainda informado que os locais junto à casa das amostras e junto às
antenas, continuam por descontaminar até nova candidatura para o efeito.
Foi
questionada também pela AZU a situação
da antiga área mineira de Prado Velho (Pinhel), em face dos protestos das
populações e do Partido Ecologista Os Verdes,
segundo a denúncia esta antiga mina de urânio, cuja requalificação
ambiental foi concessionada à EDM, «Empresa
de Desenvolvimento Mineiro, SA», encontra-se numa situação de quase
abandono com parte do perímetro de segurança deteriorado, acarretando
consequências negativas para a população local As minas encontram-se a céu
aberto com “águas, areias e escombros eventualmente contaminados”, e, segundo a
população, estas águas são utilizadas para regar e dar de beber a animais de
pastoreio. Para além da eventual contaminação das águas superficiais e dos
lençóis freáticos, a vegetação envolvente é aproveitada e utilizada para
diversos fins, como o pastoreio colocando em perigo permanente a população..Ao
que nos foi respondido pela EDM, que as aguas não estavam contaminadas e por
isso no projecto de recuperação estas servirão para regas dos campos agrícolas
ali existentes. A AZU ficará alerta face a esta questão.
Para
finalizar, questionou-se mais uma vez sobre a data de término de toda obra de requalificação ambiental das antigas
minas de urânio desativadas , tendo sido referido pela EDM que neste momento se
encontram a aguardar financiamentos relativamente ao ultimo quadro comunitário
ou em alternativa pela abertura de novas candidaturas, tendo sido referido o
ano limite de 2015 para o fecho da obra.
Da
nossa parte lamentámos tal adiamento para 2015, visto que em 2001, a EDM
comprometeu-se que as Minas seriam encerradas ambientalmente em 2013 e nesse
sentido iremos questionar o Governo por este adiamento.
Foi ainda solicitada
uma visita a breve prazo às Minas da Cunha Baixa e Quinta do Bispo.
Continuamos
alerta!
A Direção da AZU
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