No âmbito da
Comemoração do Dia do Ambiente , a AZU , Associação Ambiental, levou a efeito um Roteiro das Minas de
Urânio, no dia 14 de junho. Para o efeito foram convidados os Autarcas dos Concelhos
envolvidos, tendo únicamente a CM de Nelas assinalado a sua presença, registando-se uma postura de alheamento
relativamente aos restantes Municipios.
o Objetivo deste
roteiro , para além de dar a conhecer a realidade das minas de urânio dos
Concelhos de Nelas, Mangualde e Tábua,
foi chamar mais uma vez a atenção para as minas ainda não recuperadas
ambientalmente e urgência da intervenção, a qual tem sido sucessivamente
adiada, como exemplos das Minas de Mondego Sul e Quinta do Bispo, que só verão
essa obra efetuada em 2015/2020.
É necessário seguir
os bons exemplos, congratulando-se a AZU com o que foi feito nas Minas da Urgeiriça (Nelas) na Cunha Baixa (Mangualde) e ainda em Vale da
Abrutiga ( Tábua)
Estas minas foram
recuperadas, de forma a minimizar os problemas causados pela radioatividade na
saúde, fauna, flora e ambiente. São um exemplo a seguir.
No entanto, a realidade das minas de Urânio em Portugal
ainda está longe de ser resolvida, apesar do trabalho já efetuado pela
EDM-Empresa de desenvolvimento Mineiro, ainda dezenas de Minas no Território
Nacional esperam intervenção.
As Minas de Mondego
Sul, na Freguesia de Ázere, Concelho de Tábua,
e sitas à barragem da Aguieira, uma das visitadas no Roteiro, é um
exemplo emblemático destas últimas.
As minas do Mondego
Sul estão encerradas desde 1988 e a sua recuperação já devia estar feita há muito.
Há 19 anos a
Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM,) entregou os terrenos deste complexo
mineiro, a uma associação de Ázere, para construírem um parque de campismo,
projeto esse que não se chegou a realizar, em virtude do mesmo depender da
Efetiva Recuperação ambiental do Local. Esta Associação é ainda hoje a proprietária
dos referidos terrenos mineiros, com todos os
inconvenientes que resultam da
sua má gestão. A EDM não poderia ter entregue os terrenos para uso fruto de privados sem a descontaminação da área de todo o perimetro da mina.
Neste momento as
Minas de Mondego Sul, encontram-se votadas ao abandono, com todo o perimetro de
segurança vandalizado, sendo alvo de
atração por parte de empreiteiros , retirando
material eventualmente contaminado para construções e ainda ponto de atração
para a prática de atividade
desportiva Trial 4x4, dentro do
perímetro de segurança, sendo conhecido
como o percurso radioativo das Minas de Azere,contando estas atividades também
com o apoio da Câmara Municipal de Tábua.
O Governo e EDM tinham declarado que em 2013
estariam encerradas ambientalmente todas as Minas. Nessa altura, a AZU
declarou-se contra tão dilatado prazo para se fazer uma recuperação ambiental,
tendo não só em conta todo o perigo que as mesmas constituiam para toda a
envolvência, bem como para as populações em geral (estávamos em 2004, e tinha
em 2001 a assembleia da republica legislado sobre o assunto) assumindo como uma
responsabildade do Estado esta requalificação.
Posteriormente,
foi-nos dito pelos responsáveis governamentais e EDM que era o prazo
necessário, mas insistindo que em 2013 estaria tudo recuperado.
Atualmente foi este
prazo de novo protelado para 2015/2020.
Deste modo, e ultrapassado o tempo proposto e
continuando a existir demasiadas Minas por recuperar e algumas delas há mais de
30 anos, a AZU, vai efetuar uma
exposição sobre o assunto para a Assembleia da República e Parlamento Europeu.
Iremos também apresentar queixa no Ministério do Ambiente,
reportando as situações das antigas
minas de urânio que não tenham sido requalificadas, ao mesmo tempo que qestionaremos
as autarquias envolvidas, relativamente à pressão desenvolvida para a resolução
do Problema.
A AZU não baixará os braços e insistirá na
necessidade da recuperação ambiental
urgente das dezenas de minas de Uranio
desativadas, até esta se concretizar!
A Direção da AZU
14 de Junho de 2014
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