
A propósito da poluição que afeta a ribeira da
Pantanha e a ribeira de Travassos, a jornada em defesa do ambiente e património
organizada pela AZU, realizada a 20 de fevereiro, culminou, pelas 18h:30min,
numa sessão pública na Escola Primária das Caldas da Felgueira.
Para além de membros e consultores da AZU, esteve
presente o Presidente da Comissão Parlamentar do Ambiente, Ordenamento do Território
e Poder Local, Pedro Soares, o Vice Presidente da CMN, Alexandre Borges e o Presidente Executivo da Borgstena Têxtil
Portugal, Jorge Machado.
Saliente-se ainda a presença significativa da
população e de diversos agentes económicos e políticos locais.
Na sua intervenção inicial, António Minhoto (Presidente
da AZU), depois de informar os presentes sobre a jornada de defesa do ambiente
de Nelas realizada nesse dia, fez um enquadramento dos impactos ambientais que
se têm verificado na ribeira da Pantanha e noutras linhas de água, caso da
Ribeira de Travassos em Beijós.
Relativamente às causas e soluções deste problema
foram relatadas sucintamente as diligências da AZU junto da Câmara Municipal de
Nelas, da empresa Borgstena, da Agência Portuguesa do Ambiente e de outras
entidades públicas. A este propósito, tem merecido particular atenção o
“dossier” da construção de uma nova Estação de Tratamento de Águas Residuais
Urbanas (ETAR) que sirva águas residuais domésticas de parte do Concelho e
efluentes industriais pré-tratados da Zona Industrial do Chão do Pisco.
Processo que tem sido sucessivamente protelado.
Jorge Machado, referiu o empenho pessoal e da
Borgstena em minimizar os problemas associados aos níveis de poluição da água
residual industrial que é descarregada no coletor municipal, prometendo tudo
ser feito para que a aparência e qualidade da água da ribeira da Pantanha
estejam em condições na época termal que se aproxima.
Foram já realizadas diversas intervenções de
prevenção na fábrica visando a diminuição da concentração de poluentes (atualmente
já inferiores aos níveis exigidos pela licença de descarga da C.M. de Nelas). Como
plano de contingência de curto prazo foram instalados dispositivos injetores de
agentes anti-espumas e anti-odores diretamente na ribeira da Pantanha. Até maio
o sistema de pré-tratamento de águas residuais industriais da Borgstena estará
significativamente otimizado e ampliado, acautelando inclusive a futura expansão
da produção instalada que se perspetiva a breve prazo.
Pedro Soares, que se mostrou muito agradado com o
modo como decorreram as jornadas de defesa do ambiente, referiu ter tomado nota
das diversas problemáticas que encontrou, prometendo efetuar todas as
diligências possíveis para contribuir para a sua solução no quadro das
competências políticas parlamentares que lhe estão atribuídas.
Pedro Sores destacou as condições ambientais e
recursos endógenos impares do Concelho, mormente das Caldas da Felgueira,
intrinsecamente associados aos recursos hídricos, que importa preservar e
potenciar social e economicamente. Nas jornadas realizadas constatou o grande
interesse dos agentes envolvidos, nomeadamente, associação de defesa do
ambiente, câmara municipal, empresas e população local.
Na sessão foram ainda realizadas diversas
intervenções e pedidos de esclarecimento pelo público, incluindo representantes
de empresas e autarcas locais, entre os quais o Presidente da Junta de
Freguesia de Beijós, Carlos Baptista
Ficou claro nesta sessão pública que este problema
ambiental, que afeta gravemente os recursos hídricos superficiais do concelho
de Nelas, só será totalmente mitigado com a construção, finalmente, de uma ETAR
municipal. Esta deve merecer uma conceção/dimensionamento adequado à entrada de
efluentes industriais, devendo ainda a C.M. de Nelas encontrar boas soluções
para a descarga de águas residuais no meio hídrico, por exemplo a sua descarga diretamente
do rio Mondego como foi proposto pela AZU e não em pequenas linhas de água sem
grande poder de diluição para um efluente que ultrapassa os 14 000 habitantes
equivalentes, podendo nesse caso vir a afectar a Ribeira de Travassos em
Beijós.
Ficou ainda reforçado o “aviso” à C.M. de Nelas para
que, após os atrasos que se têm verificado, todos os procedimentos de conceção,
projeto, concurso público, financiamento comunitário, licenciamento,
construção, etc. decorram celeremente e, efetivamente, a nova ETAR arranque
impreterivelmente a sua operação no segundo
semestre de 2017.
Como sempre, a AZU - do lado das soluções, em prol
da defesa do ambiente, da população e do concelho de Nelas - estará atenta e interventiva neste processo!
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