quarta-feira, 23 de outubro de 2013

AZU reúne com EDM

No âmbito do acompanhamento que a AZU tem efetuado ao trabalho de descontaminação ambiental das minas de urânio desativadas, da responsabilidade da EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro, elementos da  Direção da AZU  estiveram em visita e reunião com a EDM no passado dia 9 de Outubro.
A visita iniciou-se de manhã na Barragem Nova ( Urgeiriça/ Nelas)  e foi acompanhada pelo presidente da EDM, Engº Carlos Caxaria, pela responsável Engª Sofia e demais técnicos da obra.

Iniciamos com a verificação dos  níveis de radioatividade medidos pela EDM,  estando estes abaixo do valor estabelecido como limite para aquela zona. Foram também questionados os valores actuais na zona já intervencionada na Barragem Velha, onde regularmente os rebanhos pastoreiam para posterior utilização do leite, tendo a EDM referido não ter havido alterações, estando os valores em conformidade com as amostras recolhidas do leite das ovelhas.

Foi colocada a questão da tela posta na cobertura na Barragem Nova ter estado exposta às radiações solares e ao calor do último Verão antes da sua aplicação, tendo disso referido a EDM que não houve tempo suficiente de exposição para a tela perder as características de impermeabilização.
Foi referida a questão dos moradores que anteriormente tinham recusado a intervenção da EDM nas suas casas, que, caso tenham mudado de opinião, deverão requerer a reabilitação junto desta entidade o quanto antes.
De seguida prosseguiu-se para a zona de implantação dos tanques de decantação instalados pela CMN para receber os efluentes vindos da Borgstena, tendo sido referido pela EDM que foi dado o alerta em reunião com a CMN, em como estes sistema não era o adequado nem iria funcionar para o propósito a que se destinava.

Foi também referido pela EDM, que esteve já em cima da mesa da CMN (2010), uma possibilidade de cedência de terreno por parte da EDM para construção de uma ETAR, onde era referenciado o local exacto e adequado para a sua construção tendo em conta as obras actualmente feitas nesta zona, de forma a não existir interferências. No entanto, e como não houve resposta por parte da CMN, a proposta feita ficou sem efeito, não estando no entanto de parte chegar a um entendimento sobre este assunto.

Relativamente à recente descarga para a Ribeira  da Pantanha da água retida em Valinhos, e tendo em conta a posição de denúncia  da AZU sobre este assunto, foi referido pela EDM que esta descarga foi realizada de forma controlada, depois de feitas análises à água de superfície, que se revelaram em condições adequadas para serem descarregadas para o leito da ribeira.

Confrontados com a posição da AZU relativamente ao aparecimento de resíduos no leito da ribeira, a EDM recusou qualquer responsabilidade, negando qualquer relação causa-efeito entre a descarga e o aparecimento dos resíduos (lama e espuma). No entanto a AZU deixou vincada a sua posição responsabilizando a EDM, tendo em conta que nessa data a Borgestena estava paralisada para férias.

 Ficou acordado por parte da EDM, o envio das análises feitas bem como das fotografias tiradas no dia nas várias fases do processo (ainda não enviadas até à data).

Ainda em relação à descarga dos efluentes da Borgstena, foi referido pela EDM que a obra irá ser encerrada independentemente de haver ou não tratamento dos efluentes por parte da Borgstena.

No que concerne ao stock de urânio armazenado, para já continuará nesse local, visto a única opção viável neste momento ser a sua venda, pelo que a EDM irá esperar que os valores de mercado subam para poderem proceder à sua retirada. 



Foi-nos ainda informado que os locais junto à casa das amostras e junto às antenas, continuam por descontaminar até nova candidatura para o efeito.


Foi questionada também pela AZU  a situação da antiga área mineira de Prado Velho (Pinhel), em face dos protestos das populações e do Partido Ecologista Os Verdes,  segundo a denúncia esta antiga mina de urânio, cuja requalificação ambiental foi concessionada à EDM, «Empresa  de Desenvolvimento Mineiro, SA», encontra-se numa situação de quase abandono com parte do perímetro de segurança deteriorado, acarretando consequências negativas para a população local As minas encontram-se a céu aberto com “águas, areias e escombros eventualmente contaminados”, e, segundo a população, estas águas são utilizadas para regar e dar de beber a animais de pastoreio. Para além da eventual contaminação das águas superficiais e dos lençóis freáticos, a vegetação envolvente é aproveitada e utilizada para diversos fins, como o pastoreio colocando em perigo permanente a população..Ao que nos foi respondido pela EDM, que as aguas não estavam contaminadas e por isso no projecto de recuperação estas servirão para regas dos campos agrícolas ali existentes. A AZU ficará alerta face a esta questão.

Para finalizar, questionou-se mais uma vez sobre a data de término de toda  obra de requalificação ambiental das antigas minas de urânio desativadas , tendo sido referido pela EDM que neste momento se encontram a aguardar financiamentos relativamente ao ultimo quadro comunitário ou em alternativa pela abertura de novas candidaturas, tendo sido referido o ano limite de 2015 para o fecho da obra.

Da nossa parte lamentámos tal adiamento para 2015, visto que em 2001, a EDM comprometeu-se que as Minas seriam encerradas ambientalmente em 2013 e nesse sentido iremos questionar o Governo por este adiamento.

Foi ainda solicitada uma visita a breve prazo às Minas da Cunha Baixa e Quinta do Bispo. 

Continuamos alerta!

A Direção da AZU


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